A Igreja das Alhadas foi aberta como missão de Alhadas de Cima, pelo pastor Santos Carvalho com a ajuda do evangelista João Coelho. Há menção de algumas reuniões em 1903, mas a primeira reunião de que temos registo aconteceu no Casal do Mato no dia 1 de novembro de 1904.
Nos registos podemos ver que na casa de António Correia Serra vieram da Igreja Figueirense, o evangelista João de Oliveira Coelho e sua esposa Laura Conde Coelho; José Rodrigues Nóbrega e sua esposa, Cármen Nóbrega, Márcia da Conceção Nunes e sua sobrinha Laura Nunes Correia e ainda o Alexandre José da Silva, de Carritos e, estavam presentes 120 pessoas. Cantaram 4 hinos a vozes, leram o evangelho e escutaram a pregação.
Por razões que não se conseguem apurar, foi preciso mudar de instalações e a missão passou a funcionar na casa de Manuel Gil Custódio, na rua do Senhor Socorro. O casal faz obras e cria-se um espaço amplo e digno para esta missão. Em 1913 os cultos passam a ser celebrados nas Alhadas e, o culto inaugural no dia 22 de janeiro foi celebrado pelo pastor Eduardo Moreira. Até 1925 os cultos vão sendo celebrados com alguma irregularidade. Com a chegado do pastor José Santos e Silva, a missão ganha novo fôlego e regularidade. A história da Igreja das Alhadas é feita de tempos com grande interesse por parte da população, mas também de declarada hostilidade.
Durante muito tempo, esta comunidade é atendida por leigos, destacando-se o presbítero João de Oliveira Coelho e Evaristo Nunes Correia.
Cresce a comunidade e a vontade de construir um templo. Em 1928 surgiu a proposta para se comprar um terreno para a construção de um novo templo e, em outubro desse mesmo ano comprou-se um terreno no Carvalhal, junto da estrada nacional por 950 mas, logo perceberam que o local não era adequado, pois a distância que tinha de reservar-se entre a construção e a estrada só permitia a construção de uma pequena casa.
Passam-se anos, sucedem-se pessoas, mas o evangelho permanecia. A missão de Alhadas tinha um bom número de crentes e não se dissipava o sonho de construir o seu próprio templo.
A 30 de Novembro de 1948 realizaram-se na Figueira da Foz, uns grandes festejos da coroação da virgem. Uma cora de prata e ouro, cravejada de pedras preciosas, ofertas de ricos e pobres foi colocada na cabeça da imagem. Na tarde desse domingo, coube ao presbítero Evaristo Correia dirigir o culto nas Alhadas e, no culto a sua esposa lembrou que se uma população dava a sua prata, ouro e pedras preciosas para a coroação de uma imagem, porque não haveriam as senhoras ali presentes, fazerem o mesmo para se edificar um templo para os cultos e para não se continuar numa casa que embora cedida com carinho, era olhada como uma residência particular e não oferecia o incentivo a uma expansão do evangelho às redondezas. A ideia foi recebida com agrado e entusiasmo e todos começaram de novo a procurar um novo terreno.
No dia 30 de setembro de 1449 foi entregue na Câmara Municipal da Figueira da Foz o primeiro requerimento para a aprovação da planta do templo, que seria erguido num terreno doado. A primeira pedra veio a ser colocada no dia 3 de agosto de 1952, numa cerimónia precedida de um culto religioso e algumas alocuções pelos pastores Manuel Conceição Júnior, o Evangelista Guedes Coelho e outros obreiros da Igreja Figueirense. Terminou depois este ato cerimonial com a bênção do pastor Michael Testa.
O primeiro templo veia a ser inaugurado no dia 29 de abril de 1956. Foi orador oficial o pastor Manuel da Conceição Júnior e dirigiu a cerimónia o pastor da Igreja Figueirense A. Vieira da Silva.
Esta Igreja foi ao longo dos anos uma comunidade de acolhimentos e serviço. Durante alguns anos aqui se realizaram os campos de férias da IEPP e, embora a construções dos templos tivesse sido muito acidentada e custosa, a comunidade trabalhou e com dedicação e sacrifício construiu este novo templo. A música sempre foi uma tónica muito importante, muitos crentes desta Igreja pertencem à Coletividade Boa União que tem sido um parceiro cultural desta comunidade.
Hoje esta igreja é um local de acolhimento de muitas actividades e celebrações da zona Centro.
Venha visitar-nos.
Fontes:
CALADO, Paulo Santo e Silva. (2012). A Obra Evangélica Congregacional em Portugal
CARDOSO, Manuel Pedro. (2001). 1901-2001: Um século na Figueira da Foz.
Folheto da Comissão construtora, 29 de abril 1956. (Manuel Pedro Cardoso)
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